No grupo de risco, idosos precisam de cuidados extras durante isolamento em casa

Estatísticas da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia apontam que um terço da população acima dos 65 anos sofre pelo menos uma queda por ano. Nesse período de isolamento, devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os idosos são considerados grupo de risco pela Orientação Mundial de Saúde. A atenção precisa ser redobrada, inclusive nos cuidados em casa. Medidas simples, como utilizar tapetes antiderrapantes no banheiro ou limpar rapidamente os líquidos derrubados no chão, podem evitar graves problemas.

Há uma série de providências que podem ser tomadas para cada cômodo de uma casa. No banheiro, por exemplo, os interruptores de luz devem estar próximos à porta, o piso deve ser antiderrapante e recomenda-se o uso de barras de apoio ao lado do vaso sanitário e dentro do box. Na sala, cadeiras ou sofás com braços facilitam o ato de sentar e levantar. Ao sentar-se, o idoso deve ficar com os pés apoiados no chão e os tapetes deverão ser removidos para evitar um possível tropeço.

Nos quartos, a dica é ajustar a altura da cama para que o idoso, quando sentado na beirada, possa colocar os pés no chão. A presença de um abajur ou interruptor de luz ao lado da cama é indispensável. A sugestão para a cozinha é colocar uma fita antiderrapante no chão, próximo à pia, evitando um possível escorregão. Já os armários devem ser fixados na parede, ao alcance dos idosos sem que eles precisem usar bancos ou escadas. Vale destacar que as escadas e corredores devem ter corrimão, passagem livre de objetos e fitas antiderrapantes nos degraus.

O cuidado com a dosagem dos remédios, o uso de roupas e sapatos ajustados, o fechamento de gavetas ou ainda não deixar fios elétricos ou de telefone espalhados pelo chão, são boas medidas preventivas. Isso também vale para a prática de exercícios físicos com regularidade, em casa. Com as atividades suspensas em São Paulo e Mogi Mirim, o Viver Melhor, projeto idealizado pelo Instituto Família Barrichello que busca a autonomia dos idosos, criou um plano de trabalho para garantir que cada participante, mesmo em casa, consiga realizar as atividades físicas duas vezes por semana, com suporte dos professores a distância.

“Reestruturamos o programa em apenas sete dias”, disse o diretor executivo William Boudakian. “Nos vimos com novos desafios e otimizamos a rede de contato com os idosos, tanto pelas redes sociais como por aplicativos de mensagens para disseminar as atividades. Estamos subindo as aulas no YouTube e garantimos os mesmos horários de atendimento. A nossa grande motivação é que temos plena consciência de que manter o ritmo de atividades e um corpo ativo colabora com uma boa noite de sono, além de trazer um equilíbrio mental, emocional e físico. Isso é muito importante para a manutenção de um sistema imunológico preparado para enfrentar qualquer doença, principalmente diante de um novo vírus que está preocupando principalmente os idosos, em todos os países”, completou.